O Presidente da República, Filipe Nyusi, promoveu está quinta-feira Eugénio Ussene Mussa, ao posto de General do Exército e o nomeou para o cargo de Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique.
Num outro dispositivo, o Presidente da República promoveu Bertolino Jeremias Capitine à patente de Tenente-General e o nomeou para o cargo de Vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique.
Segundo a organização da sociedade civil, Centro para Democracia e desenvolvimento-CDD, Eugénio Mussa é uma figura carismática nas hostes militares. Este tinha sido indicado para liderar o Posto do Comando Operacional Norte, entidade responsável por coordenar todas as operações de combate contra a insurgência armada. A promoção de um oficial do Exército para comandar as operações sinalizava uma mudança de abordagem do conflito por parte de Filipe Nyusi, o Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança (FDS).
Na primeira semana de Janeiro, o até então Major-General Eugénio Mussa apareceu na imprensa a declarar 2021 como o ano decisivo para acabar com a insurgência em Cabo Delgado. Era a primeira vez que uma alta patente das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) dava a cara a partir do chamado “Teatro Operacional Norte”, passados mais de três anos após o início do extremismo violento.
Na recente (segunda-feira) visita à Tanzânia, Filipe Nyusi fez questão de incluir o Major-General Eugénio Mussa na comitiva presidencial. Era a primeira viagem ao exterior dedicada a questões de segurança em que o Presidente da República incluía na sua comitiva uma alta patente das FADM, um gesto que sinaliza o poder que os militares estão a ganhar no comando das operações em Cabo Delgado.
Três dias depois da visita à Tanzânia, Filipe Nyusi fez cair toda a direcção do Estado-Maior General das FADM, nomeadamente Lázaro Menete, exonerado do cargo de Chefe do Estado-Maior General das FADM, e Raúl Dique, também exonerado do cargo de Vice-Chefe do Estado-Maior General das FADM. Para a sua substituição, o Presidente da República promoveu Eugénio Mussa para a patente de General do Exército e nomeou-o para o cargo de Chefe do Estado-Maior General das FADM. Bertolino Jeremias Capitine foi promovido à patente de Tenente-General e nomeado Vice-Chefe do Estado-Maior das FADM.
“Assim, o homem que declarou 2021 como o ano para acabar com a insurgência armada em Cabo Delgado passa o ocupar o cargo mais alto na hierarquia militar, com poderes plenos para implementar a sua larga experiência de combate contra a guerrilha. Aliás, com a liderança do Comando Operacional Norte nas mãos das FADM, deverá aumentar o número de militares em Cabo Delgado, o que vai introduzir uma nova dinâmica na abordagem do conflito”, espera o CDD.
Importa realçar que, o antigo Comandante do Ramo do Exército, Lázaro Menete chegou ao cargo de Chefe do Estado-Maior General das FADM em finais de Outubro de 2017, passados mais ou menos 20 dias após os primeiros ataques dos insurgentes na Mocímboa da Praia. Menete foi substituir Graça Chongo, que tinha chegado ao cargo de Chefe do Estado-Maior General das FADM pela mão do então Estadista Armando Guebuza, em Junho de 2013.
“Durante os três anos e dois meses em que esteve em frente do Estado-Maior General da FADM, Lázaro Menete era descrito, nas hostes militares, como um General discreto. Mas há quem via no seu silêncio sinais de fraqueza e de falta de carisma para se impor numa altura em que o País é vítima de extremismo violento e de agressão de natureza terrorista”, diz a organização da sociedade civil.
Comenta com teu facebook