O Chefe do Departamento de Conservação e Restauro, José Andrade classifica positivamente o trabalho desenvolvido pela Ministra da Cultura e Turismo, Eldevina Materula naquele sector.
Andrade afirma que apesar de Eldevina Materula ser nova na arena politica, o seu trabalho no sector é positivo. A fonte diz ainda que, Materula apesar de ser uma profissional das artes e cultura vem se dedicando em todas as áreas incluindo o turismo.
“O trabalho que a Ministra da Cultura e Turismo desenvolve é positivo, sendo dirigente nova na política. Por outro lado, a Ministra de Cultura e Turismo embora seja das artes e cultura não esta muito focada na sua área profissional porque envolve todas as áreas que fazem parte de cultura e turismo ao assumir a pasta, por um lado”, disse Andrade.
A fonte revela que de momento não é possível de fazer uma avaliação abrangente do sector inteiro, pós este ainda não tem conhecimento de sua equipa de assessoria ao nível das áreas de cultura e turismo. E que tudo, ainda carece de um acompanhamento sobre o desenrolar das suas acções ao logo do tempo.
Por outro lado, o Chefe do Departamento de Conservação e Restauro reagiu em torno dos 1% do orçamento do Estado que será investido no sector da Cultura. José Andrade afirmou que o sector da cultura tem sido a área mais vulnerável ou seja, sem fundo para o seu funcionamento.
Assim sendo, a fonte defende que o Presidente da República tomou uma decisão encorajadora ao dedica este fundo ao sector, e que espera o mesmo seja aplicada na sua totalidade. A fonte acredita que com o aumento do orçamento para o sector, haverá mudanças, mas num sentido concreto e explica os porquês.
“Qualquer aumento seja qual for sempre há uma mudança ou seja resolve alguma coisa, mudanças concretas acho que não, porque a cultura não é apenas música, dança, festivais, museus é um leque de toda a diversidade cultural e do multi-culturalismo que o país possui, ou seja, cultura é aspecto transversal”, explanou a Andrade.
O responsável, quando questionado sobre as áreas prioritárias para intervenção do estado afirmou que todas as áreas da cultura complementam-se uma a outra. Andrade diz que uma vive de outra porque existem fazedores de artes como escultores, pintores, músicos, escritores entre outros, bem como existem promotores de ventos, festivais culturais, conservadores, pesquisadores culturais entre outros.
“E numa situação dessas todos querem uma fatia desse bolo. Por isso, sugeria nas Industrias culturais e criativas, nas associações credibilizadas mas colocando um gestor para evitar desvios de aplicação, nas instituições que zelam pelas acções culturais de desenvolvimento cultural bem como as casas de cultura e museus a todos os níveis”, explicou.
Embora seja um bolo não tanto quanto, José Andrade espera que todos consigam uma parte dessa fatia. O mesmo é de opinião que o governo de Moçambique a partir do Ministério da Cultura de Turismo deve fazer um levantamento geral dos problemas que o sector tem até então.
“Do pessoal que esta em activo até o estado das próprias instituições do Norte ao Sul há necessidade de se criar uma equipa multi-sectorial mista para o devido processo de levantamento. Em seguida arrolar os problemas em dois grupos, os fáceis de resolver e os mais difíceis de resolver. Para solucionar pondera-se atacar os problemas fáceis de resolver e a posterior os grandes problemas em prioridade”, defendeu Andrade.
Especialmente na área de preservação do património cultural no continente Africano e em particular para Moçambique, José Andrade explica que se o investimento for feito como deve ser, irão registar-se mudanças significativas. Para que esses ganhos sejam visíveis, a fonte defende a distribuição deste orçamento de acordo com a estrutura e prioridades de cada sector.
“Concernente a Moçambique, se o orçamento for alocado directamente as instituições que desenvolvem acções de preservação do património cultural vai resolver aquilo que é a prioridade em termos de visão institucional. O que pode vir a enfraquecer é existir o orçamento no papel e não se colocar em prática por um lado, o que deve se fazer é através do ministério que tutela a cultura sistematizar o sector de acordo com a sua estrutura e distribuir de acordo com as prioridades”, defende o Chefe do Departamento de Conservação e Restauro.
A fonte explica que o sector da cultura e turismo que este desempenha as suas funções é o Museu da Ilha de Moçambique, uma instituição pública do âmbito nacional, de carácter cultural e científico ao serviço do desenvolvimento da sociedade, que goza de personalidade jurídica dotado de autonomia administrativa e subordinado ao Ministério da Cultura e Turismo.
Entretanto, nesta senda o museu se esforça para desempenhar um papel no desenvolvimento das comunidades locais e circunvizinhas, bem como no geral, demonstrando a importância de conhecer o passado para se mudar para o futuro. Andrade diz que o museu desenvolve actividades de inclusão social através de exposições temporárias, promoção de festivais culturais de arte, dança e música, debates, palestras e promoção de filmes educativos com o objectivo de aproximar e envolver a comunidade para além das visitas guiadas.
Por outro lado, apesar de se estar a realiza pesquisas sobre diferentes temas para incluir a história local, dos nativos bem como do país em geral, o museu tem com efeito enfrentado diversas dificuldades. Apontando o restauro das colecções mais antigas desta costa de Moçambique que datam nos séculos XVI a XVIII, como é o caso de o Altar – Mor e Púlpito da Capela de São Paulo, em exposição no museu.
“Pesquisa sobre histórias, memórias das relações sócio histórico-culturais entre os povos bantu da costa da Ilha de Moçambique com os navegadores da costa swuahili do oceano indico, de escravaturas, pesca e tradições ligadas com o mar para reconceptualizar e descolonizar os museus. A montagem de um sistema de segurança electrónico com câmaras de vigilância em todas as salas de exposições dos três núcleos museológicos. E as formações profissionais em património cultural museologia e documentação para mais capacidade nas áreas especificas de museus”, enumerou o responsável.
O entrevistado defendeu ainda a necessidade de se construir de um projecto de governação cultural mais robusto colocando a disposição recursos financeiros, materiais e humanos necessários. Segundo a fonte, ao alocar fundos para os museus poderá trazer-se mudanças a partir do museu envolvendo a comunidade, criando assim uma participação activa e consciente para o desenvolvimento comunitário
“Ao se alocar o fundo não deveria se pensar na cultura como teatro, musica, dança e festivais culturais, mas como cultura veiculo de desenvolvimento cultural, social e sustentável, onde colocado o fundo há uma associação de eventos poderia sustenta-los a comunidade, ao colocar fundos aos actores de teatro poderia gerir emprego e sustentabilidade social”, disse a Andrade.
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