No Bairro George Dimitrov, tem histórias que dariam muitos filmes, coisas que ninguém já imaginou, as realidades daqui são melodramáticas, pulam e se escondem na própria vergonha. Na manhã de sexta-feira discortinou-se uma cena sinistra, de deixar qualquer ser sorumbático e boquiaberto.
“Há sempre fogo onde há fumaça”, dizem os mais velhos, Delinha é uma gaja muito lixada e, confunde-se com pão e badjia, vive na boca do povo, por aqui, sua fama ultrapassa de sua excelência, por mais que lhe fale a partir de muito longe, mas na Delinha, ele não é de nada, ela até se gaba que aqui ela é que manda, “podes ser famoso em londres mas no bairro George Dimitrov, eu sou a “boss”.
Delinha é uma sexóloga e conselheira nos assuntos de sexo, doutora formada na escola da vida, vende seu corpo vistoso nos meandros da cidade de Maputo, mas com o advento da tosse mundial e o recolher obrigatório trazido pelo decrecto nº dois de vinte vinte-um, tudo está de pernas para o alto, mudam-se os tempos e mudam-se as vontades dizia um tuga, vinte e uma hora não se faz nada, o seu trabalho nocturno não ajuda e precisa desenrascar.
Faz quase uma semana que deixou o trabalho e vende tomates e repolhos de boane, numa banca improvisada na porta de sua casa, mas para os vizinhos, aquilo é tudo fachada, Delinha transformou sua casa num bordel da esquina, de dia comercializa tomates de boane e de noite acaricia tomates e pepinos humanos, “_A vida é minha, deixe-me viver como quiser” fala sem papas na lingua para os vizinhos ouvirem.
Na madrugada de sexta-feira, o Bairro George Dimitrov acordou ao som de uma Kalash, que gritava a reclamar território invadido por um miliante abusado, sucede que o entardecer da quinta-feira, os ventos vindos do leste, carregavam frio do alto mar e obrigaram a muitos amantes a procurar fogos em mulheres levianas e adúlteras que traiem seus maridos durante o trabalho nocturno.
Jossias Mapedji um vizinho de muro da Delinha, fotógrafo de profissão, depois de ver um homem de um metro e setenta a se introduzir na cabana da Delinha com uma máquina de guerra; um kalash escondido no sovaco esquerdo de um praça, afecto na décima quinta esquadra da polícia que durante o turno, se rendeu ao frio macabro e caiu na cabana da Delinha.
Na tentativa de tirar tudo a limpo, revelar a verdade e trazer provas, saltou o murro que separa sua casa da Delinha, como um furtivo, pousou seu corpo na varanda e através duma fresta de cortina semi-aberta começou a fotografar, mas depois de meia duzia de click´s um brilho da câmera focou os olhos do bufo e a Delinha de arma na mão, acionou o Kalash que cuspiu balas mortiféras, para um miliante armado em fotografar uma autoridade em exercicio de suas funções de Amante Armado e Jossias Mapedji foi atingido no pé e na zona torácica, quando tentava saltar o muro, mas para o azar do guarda a câmera não foi encontrada, no último suspiro, Mapedji atirou câmera numa penumbra criada por arbustos no seu quintal.
Quando o sol se pôs, a câmera foi achada pelo Jossias Jr. seu filho mais velho, que prontamente a levou ao chefe do posto para descortinar o insólito, nas fotografias, via-se a Delinha em fantasias amorosas, disfaçada em agente da polícia, trazia na cabeça um boné do amante com simbolos da soberania e dançava semi-nua para o deleite do bufo, pouco-a-pouco foi tirando todas peças que cobriam seu corpo, de arma numa mão e noutra acariciava os tomates do amante e Jossias Jr. foi preso por imediatamente, acusado de prática de crimes invasão de privacidade e de atentar contra a segurança de agentes do Estado.
Escrito por: Salomão Zandamela
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