Chizombero é um dos bairros de expansão localizado a cerca de 30km da cidade de Chimoio, que devido à falta de espaços pura a habitação na urbe vem ganhando preferência de muitos munícipes. Porém a ausência de serviços básicos com destaque para hospital, água potável, corrente elétrica, escolas e posto policial retrai o desenvolvimento daquela área residencial.
A reportagem do 4Vês Repórter que recentemente escalou o bairro Chizombero colheu inquietações de alguns moradores que mostram se preocupados pelo aumento da criminalidade e pedem a quem de direito para a implantação de uma subunidade policial. Segundo os nossos entrevistados, a situação está a criar pânico no seio dos moradores que a calada da noite, têm sido alvo de roubo de seus bens.
Os malfeitores que aterrorizam a população geralmente apoderam se de cabeças de gado bovino e caprino, para a posterior comercializarem nos mercados informais da urbe. Pedro Amândio morador de Chizombero à oito anos, disse ao nosso Jornal que não escapou da visita dos amigos do alheio. Amândio conta que em Janeiro último foi lhe retirado do seu curral duas cabeças de gado a quando da visita de uma quadrilha constituída por seis meliantes.
“Chegaram aqui por volta das 23h00, ameaçaram nos com catanas, dizendo que se gritássemos pedindo socorro podiam nos esquartejar. Entraram no cural e levaram dois bois grandes, mataram aqui mesmo, carregaram a carne e foram se embora”, explicou Amândio, um ancião de 67 anos de idade.
Quem também clamou pela segurança e tranquilidade na região é António Patissane, agricultor e criador de gado naquele bairro. De acordo com Patissane, recentemente linchou um suposto ladrão que tentou sem sucesso furtar um dos seus animais quando se encontrava no pasto.
“Foi no dia 23 de Fevereiro, lá para as 17h00 quando surpreendi dois ladrões com o meu cabrito, quando me viram, o amigo dele fugiu, enquanto ele preferiu resistir, pedi socorro na vizinhança, conseguimos-lhe amarrar e lhe espancamos até à morte”, revelou a fonte.
Questionado sobre o porquê de optar pelo linchamento em detrimento de encaminhar o suposto meliante a uma subunidade policial mais próxima, Patissane disse que, “é muito longe sair daqui para terceira esquadra, lá no Bloco Nove, ou no Agostinho Neto, veja só, se apanhamos um ladrão nesta zona, lá para as 23h00, lhe levar para lá só podemos chegar às 04 ou 05 de madrugada, então não tem vantagem”.
Para as nossas fontes, urge a implantação de um posto policial no bairro Chizombero com vista à devolver o ambiente de sossego que outrora se vivia no bairro periférico do planalto de Chimoio.
“Chamo me Domingas Jossinao, vivo aqui no Chizombero desde 2013, antigamente vivíamos sem stress, não tinha ladrões neste nosso bairro. Mas agora basta quando dar 19h00, pronto, é medo só, por isso estamos a pedir para o governo nos construir uma esquadra, para pelo menos vivermos em paz aqui no Chizombero”, disse o entrevistado.
Contactado, o chefe do departamento de Relações Públicas no Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, Mário Arnança, reconheceu o calvário que os moradores passam para encontrar uma subunidade policial e afirmou que como forma de colmatar aos actos criminais naquele bairro a corporação poderá intensificar a patrulha policial, sobretudo no período nocturno.
Arnança apelou aos munícipes a não pautar pela justiça pelas próprias mãos. “Nós condenamos com veemência à prática da justiça privada, por parte da população, não só daquele bairro, Chizombero, alegadamente para resolver o problema de criminalidade, o linchamento é crime e não é aconselhável pelo sistema judicial moçambicano”, frisou.
A população de Chizombero, bairro situado a norte da cidade de Chimoio, estimada em cerca de dois mil habitantes tem na agricultura e criação de animais, com destaque para bois, cabritos e galinhas como a sua principal actividade de rendimento.
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