A Associação Inter-Regional Dos Bispos Da Africa Austral (IMBISA) apela ao Governo de Moçambique para que não poupe esforços no envolvimento da Comunidade Internacional de forma a fazer face à violência em Cabo Delgado que, infelizmente, resultou na perda de vidas e meios de subsistências.
Este posicionamento, aparece temos depois que, membros do Comitê Permanente da Associação Inter-Regional dos Bispos da África do Austral (IMBISA), representando Angola, Botswana, Eswatini, Lesoto, Moçambique, Namíbia, São Tomé e Príncipe, África do Sul e Zimbábue reuniram-se em Joanesburgo, África do Sul, no dia 27 de abril de 2021, para avaliar e reflectir sobre a situação sócio-política e eclesial na África Austral.
Segundo a organização, nas reflexões partilhadas ficou claro que a Região da África Austral está a atravessar um período difícil. E de acordo com a mesma, estes problemas podem ser melhorados através dos esforços de todas as pessoas de boa vontade da Região e não só.
Em particular, a IMBISA reflectiu sobre os tristes desenvolvimentos na Província de Cabo Delgado em Moçambique, especialmente na cidade de Palma, que tem sendo frequente atacada, com a resultante perda de vidas humanas e meios de subsistências.
“O deslocamento de mais de meio milhão de cidadãos na Província de Cabo Delgado significou que muitos residentes não poderão desfrutar de uma vida normal onde possam criar seus filhos em paz e tranquilidade. Também os idosos, tendo passado muitos anos naquela terra, foram desarraigados e forçados a fugir. Isso significa que não podem desfrutar da beleza da velhice que lhes permite manter uma certa relação com a terra onde cresceram”, lamenta a organização.
Apesar dos momentos sombrios mencionados acima, a IMBISA destacou positivamente a declaração emitida pela Conferência Episcopal de Moçambique condenando a violência em Cabo Delgado. E Agradece os esforços positivos das Igrejas e de outras entidades que continuamente assistem as vítimas de violência naquela Região.
“Em particular, queremos expressar o nosso apoio e orações ao Administrador Apostólico da Diocese de Pemba e Bispo Auxiliar de Maputo D. António Juliasse Sandramo, pelo seu acompanhamento contínuo a todas as pessoas afectadas pelo conflito. Estamos também encorajados pelos esforços da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) para encontrar uma solução duradoura para os problemas que envolvem aquela Região. Apelamos à SADC e à União Africana para que se empenhem mais na resolução da crise que se desenrola naquela Região”, avançou a IMBISA.
A IMBISA afirma que, também reflectiu sobre a situação da população em geral na região, especialmente sobre as dificuldades enfrentadas pelos jovens. Segunda a organização, alguns passaram longos períodos sem instrução escolar devido às restrições ocasionadas pela pandemia Covid-19. E que mesmo com a aprendizagem passando online em alguns casos, a pandemia de Covid-19 simplesmente revelou os problemas de desigualdades sistémicas na esfera económica em nossos diferentes países, com os jovens mais pobres incapazes de acessar essas plataformas online.
“Alguns jovens foram deixados para trás, pois os de sociedades mais ricas progrediram facilmente com a sua educação. O problema da desigualdade, especialmente na esfera económica, tem deixado muitos jovens expostos à exploração por parte de quem fomenta a violência e outros males sociais. Como resultado de uma certa privação de direitos, alguns jovens tendem a migrar para ganhar a vida em outro lugar, longe de casa e de seu ambiente normal”, diz a IMBISA.
A Associação Inter-Regional Dos Bispos Da África Austral pelou ainda aos governos da Região para que repensem os sistemas económicos que sempre foram implementados, uma vez que não estão sendo bem-sucedidos em lidar com as desigualdades económicas prevalecentes actualmente. E defende que, os jovens devem estar no centro de todo desenvolvimento económico dos países da Região.
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