Esta informação foi tornada pública na última quarta-feira em Maputo durante uma conferência de imprensa organizada pela Linha Fala Criança para a divulgação de dados relativos às uniões prematuros e violação sexual em tempos de covid-19.
Luís Chancua gestor de dados da linha fala criança disse que Segundo dados da UNICEF, Moçambique tem uma das taxas mais elevadas de Uniões Prematuras a nível mundial afectando uma em cada duas raparigas e tem a segunda maior taxa na sub-região da África Oriental e Austral.
“Cerca de 48% das mulheres em Moçambique com idades entre os 20 e os 24 anos já foram casadas ou estiveram numa união antes dos 18 anos e 14% antes dos 15 anos, Onde 95% das vítimas de uniões prematuras e 94% das vítimas de violência sexual – são do sexo feminino, Enquanto 48% das mulheres entram numa união antes dos 18 anos de idade, apenas 9% dos rapazes estão na mesma situação. A maioria das vítimas dos casos de uniões prematuras e de violência sexual tem idade inferior a 16 anos (63%),sendo que uma minoria significativa (21%) tem idade inferior a 14 anos. Não há diferença significativa entre as idades das vítimas masculinas e femininas” destacou.
A fonte revelou ainda que as uniões prematuras e violação sexual em Moçambique ainda estão a criar um impacto significativo ou seja só no primeiro semestre deste ano já foram registados 534 casos de uniões prematuras.
Simione Mula especialista em protecção para área da criança disse que a pandemia da covid-19 contribuiu para o crescimento significativo dos números de violação dos direitos da criança em todo o País.
‘’Alguns pais e encarregados de educação perderam as suas fontes de renda e colocaram as suas crianças nas ruas a fazer trabalho infantil, entretanto apelamos a sociedade para que todos trabalhemos de forma conjunta para acabar com esse mal de ver crianças a exercerem actividades nas ruas até altas horas porque o lugar da criança é em casa, na escola, e outros lugares amigáveis mas nunca deve ser nas ruas’’.
Por outro lado, a Linha Fala Criança acredita que os números de uniões prematuras e violência sexual reportados de Janeiro de 2020 ate março de 2021 pode ser resultado de confinamento devido a covi-19, a media dos casos por trimestre nos últimos 15 meses mostram um elevado índice, isto é, no primeiro trimestre de 2020 foram registados 15 e no primeiro trimestre deste ano temos mais do que o dobro 38 casos de uniões prematuras, avançou.
De realçar que as regiões centro de Moçambique registou um maior número de casos, com destaque para as províncias de Manica e Zambézia.
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