São no total quatro (04) activistas do Movimento Mentes Resilientes (MMR) e duas equipes de Jornalistas das Televisões Muniga e Sucesso que foram agredidos pela Policia Municipal de Nampula. A grave violação dos direitos humanos e de imprensa aconteceu está semana no Município de Nampula, província do mesmo nome.
De acordo com Presidente do Movimento Mentes Resilientes, Jojo Ernesto revela que foram detidos e torturados pela Policia Municipal quando estes saiam de uma reunião da organização e na volta a casa, quando de repente, ainda dentro da cidade presenciaram uma atitude repugnante de agentes da Polícia Municipal, onde esta agredia vendedores informais.
“Paramos para assistir a incursão dos agentes até ao momento em que a nossa paciência se esgotou ao ver agentes dar rasteiras a uma jovem de aparentemente 15 anos e levaram os seus produtos. Nesse exacto momento aproximamos os agentes e pedimos mais tratamento humano para com aquelas adolescentes”, conta o Presidente da MMR,
Entretanto, no momento em que estes falavam com um dos agentes, perto de 9 outros polícias iniciaram com chicotadas, pontapés contra o grupo de activistas. “Fomos algemados, humilhados, colocados no carro como se fossemos cabritos e conduzidos até ao Comando da Polícia Municipal da Cidade. Nossos pertences principalmente telefones foram confiscados”, narra a vitima.
Importa destacar que ao longo do percurso de quase 700 metros, a violência contra os activistas continuou de forma. No mesmo momento, perto de 100 jovens se dirigiram ao Município e exigiram a libertação dos activistas, mas estes não foram atendidos. Entretanto, os jovens por iniciativa própria decidiram convocar a imprensa que minutos depois chegou ao local para acompanhar o que estava a acontecer.
Chegado ao local, os profissionais da comunicação social procuraram saber da Policia Municipal os motivos da detenção de activistas sociais. Foi neste exacto momento que o comandante decidiu ouvir os activistas depois de terem permanecido detidos durante duas horas no Comando da Polícia Municipal.
“O comandante apagou as imagens feitas pelo celular na rua sobre a violação dos direitos e minutos depois soltaram-nos. Exigimos que devolvessem os produtos das meninas, ele educadamente autorizou aos seus agentes a devolverem os produtos, infelizmente uma jovem não teve a sorte de encontrar seus produtos na totalidade, uma parte havia sido comida pelos agentes e sem vergonha na nossa presença”, conta Jojo Ernesto.
Enquanto isso, os activistas eram aguardados de fora por uma equipa de jornalistas que de imediato buscava explicações do ocorrido. Para a surpresa destes, eis que no exacto momento que o chefe das operações mandou os agentes da polícia para violentar aos entrevistados juntamente com os jornalistas.
“O jornalista da TV Sucesso teve ferimentos graves e sangrou nas fossas nasais. A sua câmera caiu, um cidadão foi preso ao tentar defender a câmera dos jornalistas. O jornalista da TV Muniga perdeu no momento seu relógio, chaves e motorizada em consequência das atrocidades dos agentes”, conta a fonte.
O abuso de poder por parte da polícia Municipal continuou, violando assim também a Liberdade de Imprensa e expressão. “Novamente nossos telefones, as câmeras foram apreendidas e um jornalista foi preso. Só depois de chegarem outros jornalistas fomos libertos e restituídos os telefones com muita coisa apagada por conta da preocupação deles em apagar as imagens de provas factuais” diz a MMR.
Os activistas avançam que irão reunir com os jornalistas vítimas no sentido de buscar um consenso para seguir com o caso, e pretendem mover um processo-crime com os agentes. O MMR garante que irá responsabilizar os agentes pela violação dos direitos humanos dos seus membros.
Comenta com teu facebook