“Em vida é sempre difícil dizer adeus às pessoas, coisas, lugares, mesmo sabendo que existe a possibilidade, remota de um dia voltarmos a ver, ter, visitar ou estar”, foi desta forma que o Ministro do Interior, Amade Miquidade começou o seu discurso de “elogio fúnebre” do Inspector-geral da Polícia na Reserva, Miguel Francisco dos santos. A cerimónia teve lugar está terça-feira (21) em Maputo.
Miquidade disse na cerimónia fúnebre que percurso do General Miguel dos Santos corporiza o de poucos moçambicanos na Administração Interna, no edifício que bem muitos conhecem, onde trabalharam e arduamente construíram.
Há que destacar que, Miguel dos Santos fez parte dos cidadãos que transitaram da Polícia de Segurança Pública (PSP) para o Corpo de Polícia de Moçambique (CPM), instituição da República Popular de Moçambique, ainda jovens emprestaram o seu saber na estruturação da nova entidade policial do novo Estado, com sucesso, pode-se dizer, considerando o que pela instituição foi conquistado, construído e do que ainda há por fazer, segundo o Ministro do Interior.
“Com a sua dedicação, dinamismo, alto sentido de responsabilidade e profissionalismo, foram-lhe confiadas várias funções, sendo de destacar a de Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique, no exercício da qual não faltou brio, zelo, devoção e patriotismo que lhe eram natos”, disse Miquidade.
Segundo o governante, lamentavelmente, a partida de Inspector-geral da Policia na Reserva veio tirar o convívio de um excelente colega, companheiro, amigo, dirigente e cidadão que destilava vontade de continuar a contribuir para o engrandecimento de Moçambique, tal como dedicou toda a sua vida e o seu saber para o efeito.
“A morte dá um condão definitivo ao adeus. O que aqui vivemos e passamos é a derradeira despedida. Por isso, este encontro carregado de memórias, sob o pesado manto da amargura de que não mais se repetirá. Uma vez mais a morte nos silencia a voz, pois ela esvazia todo o verbo perante o desaparecimento de uma vida. Mas ela nunca será capaz de silenciar as proezas de uma vida de valentia”, expressou-se o Ministro de uma forma poética na cerimónia.
“Estamos aqui para falar sobre a vida e diante de quem não nos pode ouvir. Estamos cientes que, aqueles com quem o Inspector-geral da Polícia Miguel Francisco dos Santos comungou a vida, perfilharão com as nossas palavras, que não são mais do que um ensaio de elogio ao percurso deste homem que dedicou a sua vida ao serviço da Pátria, na garantia da Ordem, Segurança e Tranquilidade Públicas”, avançou o Ministro.
O Ministro revelou ainda que trabalhou com Miguel dos Santos na cidade da Beira no lançamento de uma obra sob a responsabilidade da DALO, onde teriam hospedado no mesmo local.
“Trocávamos ideias e conversávamos bastante ao pequeno-almoço sobre o futuro da instituição e convergirmos em muitos aspectos. Quando recebemos a notícia cada um de nós, todos mesmo assevero, passamos em memória a última vez que com ele estivemos”, revelou o Ministro.
De realçar que, segundo Miquidade a dedicação do fiando honra a todos que neste árduo processo ombrearam com Miguel dos Santos. Destaca ainda que a partilha do seu conhecimento, a sua calma, a serenidade mesmo em momentos de grande tensão, são ensinamentos que aos camaradas de armas, oficiais, sargentos, cabos e guardas deve orgulhar seguir.
“A Miguel Francisco dos Santos, rendemos merecida homenagem pela caminhada e jornada heroica que marcou valentia, coragem, determinação e sabedoria, tudo o que um Estado espera de seus filhos. Por isso, nesta hora do adeus, felizes estão aqueles que, durante a sua convivência, beberam do seu conhecimento e sabem tirar proveito dessa dádiva”, disse.
O Ministro não poupou na sua dedicatória, afirmando ainda que: “A única certeza da vida é a morte. E é a certeza em que menos se acredita, se espera e muito se teme. Para com aqueles com quem vivemos, partilhamos momentos especiais e únicos na vida, mais difícil é aceitar esta realidade que é, não sermos imortais. Ninguém está feito para morrer, principalmente quando a pessoa está cheia de ideias, projectos, sonhos, transborda e inspira esperança”.
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