Como já está claro no lema “Juventude, nossa agenda”. É sobre nós, e ninguém melhor que nós para falar sobre o que é realmente para nós. Foi lançado mais um programa governamental para essa camada social que move o país. Aumentam as expectativas de um futuro melhor para alguns. Mas não foram sanados os problemas que estão a ser arrastados desde muito. Há ainda um desfasamento entre as perspectivas (sonhos) e a realidade (resultados) neste tipo de iniciativa.
Primeiro há uma ideia enraizada na nossa sociedade sobre os programas governamentais para a juventude, e não só. Esta ideia é maléfica a implantação destes programas. Sempre que um programa de género é lançado, há uma maior que já carrega um ser pensamento, diga-se de auto-exclusão.
Diz por aí que os programas não são inclusivos, ou seja, são para um grupo elitista. Fala-se que é para os da OJM e companhia limitada. Este pensamento é movido por certas realidades. A OJM sempre teve privilégios, até para vagas de emprego mandam os nomes dos sortudos em lista para que sejam os primeiros. Vimos isso aqui na cidade de Maputo, apesar de que a lista foi depois recusada o que levou a OJM da cidade a entrar em colisão com a edilidade de Maputo. Então, os outros preferem auto-excluir para que não sejam humilhados.
Ainda mais, há ainda um secretismo sobre estes programas. Sempre ouvimos que foi lançado programa “X e Y”, e depois há um silêncio total. Voltamos a ouvir falar sobre o assunto quando se divulga resultados, e a gente contesta. Tudo pelo simples motivo de não saber como tudo acontece.
Então é ai que o Secretário da Juventude começa com as justificativas, fala umas “barbaridades”. Lembrem só de número de empregos onde o mesmo Justificou dizendo que contaram até com os que fizeram “biscates” como tendo conseguido um emprego, uma palhaçada. Não basta fazer lançamentos, aparecer para divulgar resultados com lacunas. Deve haver uma iteração, onde todo jovem esteja a par de tudo que acontece.
Enquanto tudo estiver ligado às elites, a informação não chegar as zonas rurais como deve ser, sem ruídos ou não clara e objectiva, não há muito por se esperar. Vai ser tudo que nem outras iniciativas como o Fundo de apoio às Iniciativas Juvenis (FAIJ), KIT emprego, entre outras.
Há pessoas que aqui no centro da capital que não sabem que há fundo para apoiar suas iniciativas no Conselho Nacional da juventude (CNJ), estes receberam 5 milhões de meticais para isso. Há fundos no FAIJ. Mas devido ao secretismo que beneficia alguns em prejuízo de outros ficam tudo assim. Não se pode ter filhos e não filhos se a ideia é realmente de empoderamento da juventude.
Devem ser sanados os problemas tribais, o estrelismo e o secretismo. Devem haver critérios de equidade aos para as candidaturas. Não podem um jovem da zona rural, lá no interior de Gaza concorrer nos mesmos critérios de selecção com um jovem da OJM da Cidade de Maputo. O próprio Presidente da República disse que nas zonas urbanas 24% os jovens estão empregados, e na zona rural a situação é pior onde vivem sem rendimento e abaixo da linha de pobreza. Isto é um sinal de que devem haver um equilíbrio na hora de concorrer, deve-se pautar pela equidade.
Se não forem levadas em consideração estes aspectos, estaremos a falhar na nossa agenda. Estaremos perante mais um projecto fadado ao fracasso como tantos outros. Um exemplo disso são os projectos habitacionais, é tudo um fracasso. Se nada mudar, então me falem, o que esperar do “emprega”?
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