Moçambique quer ser o primeiro dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) a lançar satélites a partir dos Açores, revelou nesta quinta-feira (11) em Ponta Delgada, Tuaha Mote, Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM).
Em entrevista com Jornalistas em Ponta Delgada, nos Açores, no âmbito da Conferência Internacional sobre a Estratégia dos Açores para o Espaço, Tuaha Mote explicou que Moçambique quer ter o privilégio, no âmbito do seu projecto de sistema de satélites, de “ser o primeiro país dos PALOP a usar o polo de lançamentos de satélite da ilha de Santa Maria”.
Tuaha Mote esclareceu que o lançamento da Estratégia dos Açores para o Espaço “veio numa boa ocasião” para Moçambique. Isto, porque o país está a “procurar criar capacidades nacionais, em termos de educação espacial”, esperando beneficiar do potencial açoriano “no âmbito da cooperação entre os dois países e do acordo bilateral assinado com a Anacom”.
“Precisamos de criar conhecimento, de capacitação nacional nos quadros. Nada melhor do que um país irmão, que fala a mesma língua, onde será menor a dificuldade de absorção dos conhecimentos”, justificou.
O responsável esclareceu que Moçambique está a “complementar as soluções tecnológicas de implementação de infraestruturas digitais para a digitalização da economia, rumo à transição digital”.
Importa destacar que a autoridade reguladora de comunicações em Moçambique tem protocolos com Autoridade Nacional de Comunicações portuguesa (Anacom). Tuaha revelou ainda que é também “coordenador nacional da comissão criada para desenvolver o conhecimento e a capacidade técnica para lançar o primeiro satélite moçambicano”.
“Temos esperança de que, com as relações de irmandade que Moçambique tem com Portugal e com o Governo Regional dos Açores, ter esse privilégio de ver o nosso pedido aceite”, vincou.
De destacar que Estratégia dos Açores para o Espaço vai “em breve” entrar em fase de consulta pública, esperando-se a “participação de todos”, e a “aprovação política final” está prevista para Dezembro, adiantou o coordenador da Estrutura de Missão dos Açores para o Espaço, Luís Santos.
O responsável afirmou que a intenção do Governo Regional é “identificar oportunidades, plasmá-las num documento e definir a estratégia para médio e longo prazo”. “Queremos potenciar Projectos, iniciativas, alguns que já existem mas que têm uma lógica de organização dispersa”, disse o coordenador da Estrutura de Missão dos Açores para o Espaço.
Entre os projectos ligados ao Espaço actualmente existentes no arquipélago, Luís Santos destacou a estação de rastreio de lançadores da Agência Espacial Europeia, a estação de medição de radiação atmosférica do Departamento de Energia dos EUA, em colaboração com Universidade dos Açores ou a estação de sensores Galileo.
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