Por volta das 9h de quarta-feira (19), na Cidade de Maputo, fui detido pela PRM, junto com o Presidente da Associação Rede dos Direitos Humanos, Sérgio Matsinhe, o Oficial de Assessoria jurídica, Samuel Lichucha. Tudo por causa de uma conferência de imprensa.
A PRM fez o que bem sabe fazer, impedir a realização de um direito, a liberdade de expressão. E a polícia Municipal que tinha mais autoridade para agir, nem se pronunciou, afinal o local estava sob gestão Municipal.
Primeiramente a PRM disse que a ARDH deveria abandonar aquele espaço público. O Jardim dos Madjermans. Na verdade não havia ordem entre os agentes, não todos eram chefes. Uns diziam para sair, e outra agente disse nos que poderíamos ficar no Jardim bastasse que, não fizéssemos a conferência de imprensa.
Tivemos duas ordens, e a ARDH obedeceu a última, ficar no local sem fazer a conferência de imprensa. E esperando a decisão do Conselho Municipal. Só que tudo correu mal, veio um outro grupo de agentes a paisana para recolher a ARDH. Estes vieram para reforçar o forte contingente policial que estava.
Sentado no Jardim dos Madjermans a espera de uma informação de alguns companheiros que estavam em uma reunião no Conselho Municipal de Maputo, Sérgio Matsinhe foi o primeiro a ser levado. Fortes agentes a paisana foram em direcção de Matsinhe, obrigando-lhe a os acompanhar.
De seguida levaram Lichucha no portão do Jardim dos Madjermans. E bem longe da confusão, fora do Jardim dos Madjermans, mais de 4 metros, mais um agente veio me levar. “Puto vamos, seja rápido”, disse o agente. Todos na rua pararam para ver, eu parecia um grande criminoso. Em minha volta havia vários agentes fortes e alguns armados.
Em menos de 30 dias, esta era a segunda vez que a PRM nos levavam a forçar sem dizer o que fizemos de errado. Entramos na viatura, e nos foram retirados os telemóveis no mesmo momento. A viatura saiu do local a alta velocidade, éramos presos pela polícia da 7ª esquadra.
Mas o destino não foi a 7ª, a viatura deu uma volta, que os agentes que estava na parte traseira da Mahindra connosco só se aparecerem depois que não iríamos a 7ª. “Isso parece que vai para 18ª Esquadra”, ficou surpreso o agente.
Ao longo da viagem os agentes faziam ameaças. Até chegaram a dizer que somos agitados por Adriano Nuvunga. Perguntamos os porquês de terem nos levados a forçar, a resposta nunca foi clara. “Vocês estão em Cárcere Privado”, disse o agente. Eles já sabiam o que ia acontecer.
Na verdade fomos detidos pela 7ª esquadra, mas fomos encarcerados na 18ª Esquadra. Era tudo estranho. Nosso caso era tratado na 7ª, sem a nossa presença, porque nos estávamos na 18ª. Sem comunicação com o mundo, sem nada, o que materializava o discurso de que estávamos realmente em “Cárcere privado”.
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