O 4Vês Repórter teve a confirmação de que todos os agentes envolvidos no caso de violação sexual de uma jovem de 21 anos de idade, na cidade de Inhambane encontram-se em liberdade. O crime foi praticado por agentes afectos ao Ministério do Interior no passado dia 16 de janeiro, e o caso ainda não chegou ao tribunal onde se espera que os envolvidos sejam julgados e condenados pelo crime cometido. O caso tornou-se público no dia 04 de fevereiro depois ser publicado no 4Vês Repórter. Dias depois, a PRM a nível da província de Inhambane confirmou o caso de violação sexual em dois orifícios, anal e vaginal, protagonizado por 5 agentes do Ministério do Interior. Os envolvidos foram detidos na altura em número de cinco (05), dos quis dois (02) agentes do Serviço de Investigação Criminal (SERNIC), dois (02) do Serviço Nacional de Salvação Pública (SENSAP) e um (01) do Serviço Nacional de Migração (SENAMI).
Da detenção a restituição da Liberdade dos Violadores Sexuais
Dos cinco detidos, um destes foi restituído a liberdade na mesma semana. Entretanto, nesta domingo (01), o 4Vês Repórter teve a confirmação de que os restantes quatros agentes tão foram restituídos a liberdade nesta sexta-feira (29) por motivações até aqui desconhecidas pela família da vítima.
Outro desenvolvimento importante deste caso, é que a vítima já foi ouvida na Procuradoria da Cidade de Inhambane. Os envolvidos foram soltos em um momento que espera-se que o caso chefe ao tribunal para que os envolvidos sejam julgados pelo crime cometido.
A soltura do 4 agentes é bastante criticada por algumas pessoas próximas a vítima. O que parece ser um acto de impunidade, aumenta também o medo da vítima, já que deste o princípio do caso temia por represálias. Destacando que, os mesmos antes de serem detidos já faziam graves ameaças a mesma.
Declarações no SERNIC longe das palavras da vítima
O 4Vês Repórter soube ainda que, no momento em que a vítima era ouvida na Procuradoria da Cidade de Inhambane, a mesma prestava declarações ao Serviço de Investigação Criminal. Soube a nossa equipe de reportagem que no SERNIC, o advogado da vítima foi negado o acesso a sala onde decorriam as declarações.
De acordo com as informações em nosso poder, sem o seu advogado, as audições da vítima não tiveram um final satisfatório para a mesma. Segundo nossas fontes no documento das declarações da vítima, o SERNIC teria escrito palavras que não foram ditas pela mesma. Tendo a vítima se recusado a assinar o referido documento porque as suas declarações haviam sido alteradas o sentido.
A mãe da vítima teria sido contactado pelo SERNIC nos dias seguintes porque a filha de 21 anos não aceitou assinar. Soube o 4Vês Repórter que o SERNIC inventou uma história de que não encontrava a vítima, que está estava em parte incerta. Entretanto a vítima estava em uma cidade próxima e era de conhecimento do SERNIC porque havia avisado que estava na cidade de Maxixi onde trabalha. Mesmo assim, segundo nossas fontes, o SERNIC teria usado uma narrativa intimidatória na mãe da vítima como se estivesse a esconde-la das autoridades.
Vítima sentiu-se obrigada a assinar declarações mesmo não refletindo as suas palavras
A vítima ficou a saber que o SERNIC entrou em contacto com a mãe da vítima, e mesma de imediato entrou em contacto com a instituição. O 4Vês Repórter soube que a vítima teria marcado com o agente do SERNIC de se encontrar em frente da procuradoria para assinar o documento em questão. O agente foi directamente ao posto do trabalho da vítima e onde teria obrigada a mesma a assinar o documento, e está recusou-se novamente porque estava no seu posto de trabalho que é um estabelecimento comercial. Na saída do trabalho, a vítima acabou assinando o documento mesmo com alguns acréscimos nas declarações. Segundo informações em nosso poder, a vítima assinou as declarações porque já não aguentava a pressão que era feita a si e a sua mãe, o que era visto como ameaça.
Há que referenciar que não é a primeira vez que as autoridades inventam história de falta de colaboração por parte da vítima para esclarecer o caso. Recordando que a quando da detenção dos envolvidos, o Chefe das Relações públicas da PRM em Inhambane, Jumá Aly Dauto afirmou a imprensa que a vítima depois de passar da esquadra denunciar o caso e dirigida ao hospital “desapareceu simplesmente”.
Está afirmação de Jumá Dauto é contraria do que realmente aconteceu. A vítima teria sido levada no Hospital pelos agentes envolvidos que se faziam numa viatura da Polícia da marca Mahindra. Foram os agentes que a levaram para casa onde aconteceu a violação sexual e tentaram a subornar com valor de 4 mil meticais. E não é verdade que ela simplesmente desapareceu como teria declarado a polícia.
Mesmo depois de registo da ocorrência, a polícia não entrou em contacto com a vítima, apenas os violadores continuaram a fazer as ameaças a mesma. O caso teve seguimento por parte da polícia depois de publicado no 4Vês Repórter. Na altura, um responsável pela comunicação no SERNIC em Inhambane entrou em contacto com o 4Vês Repórter em busca de informações adicionais e lhe foi remetido a ler a matéria em questão com mais atenção e a buscar informações na esquadra onde o caso foi denunciado antes mesmo de chegar ao Jornal.
Comenta com teu facebook