O Presidente das Confederações das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma afirma que no primeiro trimestre de 2022, o crédito das PMEs caiu de 58% para 50%, portanto em 8 pontos percentuais. Segundo mesmo, estes dados de crédito têm mostrado que o financiamento disponível não está consonância com o desejado apoio ao desenvolvimento do sector privado.
O líder da CTA defende a necessidade do fortalecimento da oferta de alternativas de financiamento para as micro, pequenas, médias empresas. Importa destacar na XVII Conferência Anual do Sector Privado, defendeu-se a necessidade de criação de linhas específicas para o financiamento das micro, pequenas e médias empresas nacionais, e encontrar formas alternativas de financiamento às PMES, particularmente para as do sector agrícola, do turismo e Start Ups.
Falando esta semana na Feira Internacional de Pequenas e Médias empresas, Agostinho Vuma voltou a reforçar está necessidade, destacando o facto dos dados de 2019, antes do abalo da pandemia da COVID-19, mostrarem que o crédito ao sector privado perfazia 58% do total de crédito. Entretanto, no I Trimestre de 2022, este peso caiu de 58% para 50%, portanto em 8 pontos percentuais.
“Estes dados de crédito têm mostrado que o financiamento disponível não está consonância com o desejado apoio ao desenvolvimento do sector privado e, por isso, não se pode esperar que através do quadro actual do financiamento, se possa promover o crescimento da produção e transformação estrutural”, disse Vuma.
De realçar que os dados da distribuição do crédito por sector de actividade são, ainda, mais esclarecedores visto que somente cerca de 2% do crédito vai para a agricultura.
“Entendemos com isto que primazia deve ser dada para acções que concorram para redução de incerteza, o risco, assimetria de informação e os custos de transação a par de uma maior oferta de opções de financiamento” acrescentou.
Segundo o Presidente da CTA, a sua agremiação tem vindo a promover o conteúdo local nos mega projectos para induzir o desenvolvimento das MPMEs, como meio para impulsionar a partilha da riqueza nacional, e desenvolvimento das suas capacidades.
“Neste sentido, devemos assegurar a preferência pelos serviços prestados pelas empresas nacionais nas compras pelo Estado e pela emergente indústria do gás natural, bem assim, assegurar a transferência de Know How para o empresado nacional”, destacou.
Vuma defende que o conflito que se assiste na Europa e o seu impacto no fornecimento de bens e serviços, como cereais, vem mais uma vez reforçar a necessidade da busca de soluções sustentáveis no próprio meio como forma de vencer os desafios presentes e futuros, bem como no aproveitamento das oportunidades existentes para o aumento da produção e preferência pelo produto nacional. Neste sentido, a nível do sector privado a solução passa pelo aumento da produção doméstica, ou pela substituição das importações quando for possível.
Comenta com teu facebook