Há uma grande agitação na Electricidade de Moçambique (EDM), diga-se que não há paz e nem sossego. O 4Vês Repórter soube que, um caso de roubo de energia e desmandos na empresa levantou uma onda de protestos. Fala-se de impunidade no caso de roubo de energia, que já havia sido aberto um processo contra Efigénia Mavie, Chefe do Departamento do Serviço ao Cliente na Direcção Comercial.
Consta que numa campanha de fiscalização na Cidade da Matola-Província de Maputo, foram detectados casos de fraudes em casa de quatro trabalhadores da Electricidade de Moçambique. Dos quatro casos de fraude, o destaque está a Chefe do Departamento do Serviço ao Cliente, na Direcção Comercial, direcção esta que tem como obrigação velar, criar normas e procedimentos para que as Áreas de Serviços cumpram.
O 4Vês Repórter soube que há 3 meses foi detectada a fraude na residência de Efigénia Mavie e foi aberto um processo de investigação detalhada sobre o assunto. O Processo correu e no final concluiu-se que a mesma é culpada.
Há que destacar que não se sabe exactamente quanto tempo a Chefe do Departamento do Serviço ao Cliente na Direcção Comercial beneficiou-se de energia eléctrica roubada. E apesar da mesma ter uma isenção de 70 porcento da factura por ser funcionária da EDM, Efigénia Mavie fazia “gato” de energia através de uma ligação que não cobria toda a residência.
Sabe-se que uma parte da casa de E. Mavie consumia energia roubada, e esta era a parte que mais energia consumia com electrodomésticos. A funcionária, apenas pagava o custo de energia de uma parte da casa, que segundo as nossas fontes, apenas cobria algumas lâmpadas da residência.
Nos últimos dois anos, avança-se que a mesma reclamou do alto custo da energia, o que fez com que os técnicos fossem a sua residência localizada no bairro de Fomento, na Cidade da Matola. Por três vezes que a mesma reclamou, os técnicos foram a sua residência para avergoar o que estava acontecer, mas depois da terceira vez, nunca mais reclamou.
Director Comercial inocentou Mavie
Dizem as nossas fontes que a cerca de três meses, uma equipe liderada pela Directora Joana Lobo foi ate a residência de Efigénia onde teriam descoberto o esquema de roubo de energia. O esquema de fraude na casa de E. Mavie passou pelo Departamento de Perdas até a Área de Serviço de Maputo, onde depois mandou-se o mesmo caso ao departamento jurídico.
Tendo dado entrada ao departamento jurídico, passou para o Departamento de Perdas para estudar e analisar o contador, e depois o processo que foi enviado para o Director Comercial, Issufo Somar. Afirmam as nossas fontes que Somar arquivou este processo por muito tempo, e devolveu depois, faltando um dia para o fecho, onde terei inocentado a Efigénia Mavie do problema.
Contactada pelo 4Vês Repórter, Efigénia Mavie não quis comentar muito sobre o assunto, deixando a responsabilidade para a empresa por este ser um assunto de carácter profissional. Há que nesta tentativa de ouvir o seu parecer sobre o assunto, a mesma disse-nos que não sabia que havia sido inocentada. “Não sabia que fui inocentada, é uma novidade que estou a ficar a saber agora”, disse E. Mavie.
Importa referir que não é a primeira vez que é aberto um processo para Efigénia Mavie. A mesma já havia tido um processo por roubo de dinheiro em Nacala, soube o 4Vês Repórter. E de acordo artigo 311 do MOPI, todo trabalhador que for encontrado a roubar energia na sua residência deve ser expulso. Os outros três funcionários onde foram detectado o esquema de roubo de energia nas suas residências, foram expulsos da empresa, e Efigénia manteve-se no cargo.

Segundo as nossas fontes Issufo Omar fez nada por ordem do Administrador Inroga que teria justificado que caso Efigénia Mavie fosse expulsa, iria expor os desmandos na empresa. Consta ainda que, Mavie tem uma rede que a protege composta pelo Issufo Omar, Francisco Inroga e Marcelina Sambo.
Afirmam as nossas fontes que Efigénia é melhor amiga da Marcelina Sambo do Departamento de Perdas, esta que tem fortes ligações com o Administrador Francisco Inroga. Ficamos a saber ainda que, Marcelina Sambo vivia e trabalhava na província de Nampula antes da nomeação de Inroga. Entretanto, logo que este foi nomeado, a mesma foi transferida para Maputo como chefe, “onde passa a vida viajando e pouco trabalha”, disseram as fontes. Os mesmos denunciaram que o Administrador Inroga não tem respeitado as pessoas ao seu redor na empresa.
O 4Vês Repórter ficou a saber ainda que Issufo Omar é também arrolado num processo no pelouro que corre no Tribunal Administrativo. Neste processo está em causa um esquema de fraude em um concurso do “Contact Center” onde Movitel foi beneficiara, empresa esta que não tem nem instalações de “Contacto center”. Avança-se ainda que no momento está sendo criado um “Backoffice” para responder pessoas que não existem, tendo em conta que no momento nas áreas não tem pessoas para trabalhar.
PCA tem conhecimento do caso.
O 4Vês Repórter soube que o caso de E. Mavie é do conhecimento do PCA da EDM, Marcelino Gildo. Porém, dizem que este nada faz para resolução deste problema que está a criar um clima de desconforto na empresa. Fala-se ainda que nada pode ser feita a infractora por causa do Partido Frelimo onde a mesma é membro. Entretanto, o caso chegou também ao partido.
Marcelino Gildo tem conhecimento de tudo que acontece na empresa, porém, a não-resolução dos problemas, está a deixar vários funcionários agastados. Dizem as fontes que resolver problemas na empresa não parece prioridade para o mesmo, e que este apenas anda preocupado em “não cair” no Congresso do Partido que se avizinha.
O barulho na EDM já vem se arrastado desde Fevereiro do corrente ano, onde os técnicos da Direcção Comercial escreveram uma mensagem ao PCA denunciando maus tratos na empresa. Os denunciantes queixavam-se de Issufo Omar, Director Comercial por mau tratamento, não respeitava o período de férias dos trabalhadores, assim como tantos outros maus tratos. Há que realçar que não só Omar foi denunciado, constava na denúncia toda equipe de liderança do seu departamento, com destaque para Efigénia Mavie descrita como uma chefe arrogante.
Tendo recebido a denúncia, Marcelino Gildo mandou uma equipe a empresa sobre liderança da Administradora dos Trabalhadores, Iolanda Cintura. A equipe foi auscultar os trabalhadores, e mandaram fazer uma tabela onde monitoravam todas as actividades, entretanto, Issufo Omar não chegou a mudar de atitude, contam as fontes.
De realçar que nos últimos anos a EDM tem levado a cabo uma campanha de fiscalização de casa dos seus trabalhadores. A campanha visa combater o roube de energia, começando pela casa dos profissionais.
Comenta com teu facebook