Numa altura que a falta de emprego agita a sociedade moçambicana e já há registo de manifestações contra o governo de Filipe Nyusi, a Secretaria da Juventude e Emprego não diz se as metas dos três milhões de empregos prometidos para o presente mandato serão ou não calçadas. De acordo com as declarações de Osvaldo Petersburgo e com o número de empregos que o governo afirma que conseguiu nos últimos dois anos, dá para perceber-se que não passou apenas de uma promessa feita.
O 4Vês Repórter questionou neste sábado (06) ao Secretario da Juventude e Emprego, Osvaldo Petersburgo que realmente o governo ira conseguir alcançar as metas dos empregos prometidos no início do mandato. Petersburgo respondeu-nos que “o governo tudo está a fazer para responder os desafios da juventude Moçambicana”.
Não satisfeito com a resposta, dez uma questão de insistência para ouvir do Secretário da Juventude e Emprego se as metas seriam alcançadas. Mas uma vez, o mesmo não foi claro na sua resposta, tendo simplesmente apresentado justificativas.
“Há uma conjuntura que está em volta do nosso país, não é uma conjuntura nacional, é uma conjuntura também internacional. Estamos a falar de covid-19 e terrorismo, mas nós temos esperança que com trabalho de todos os moçambicanos, e que os moçambicanos de forma conjunta poderão responder aos desafios que se impõe ao nosso país”, concluiu a fonte.
De realçar que nos dois primeiros anos do presente mandato, segundo o governo a média de empregos providos foi de duzentos mil por cada ano, totalizando 443.92 oportunidades de empregos. Apesar de que na proposta do plano quinquenal, o Governo explica a existência de várias acções em curso visando o alcance dessa meta de três milhões de empregos para jovens, o governo de Nyusi pode não alcançar a meta.
Ainda que referenciar que, os dados de empregos divulgados pelo governo não representam o número de empregos existentes actualmente, mas sim, o número de oportunidades que existiram em cada período nos dois anos. Isto deve-se ao facto de governo ter contabilizado nas suas estatísticas o número de oportunidade temporárias e “biscates”, que teria considerado de “empregos”.
Osvaldo Petersburgo comentou também sobre o assunto da manifestação de jovens que teve lugar na última semana em Maputo. O mesmo afirmou estar ao lado dos jovens manifestantes por recolher que o desemprego é uma realidade, mas criticou a forma como este reivindicaram.
“Primeiro é preciso dizer que nós estamos lado a lado com aqueles jovens, e o desemprego é também uma realidade, reconhecemos. Não é a melhor forma dos jovens se expressarem, é preciso que possas estar perto dos jovens. E nós como governo ao nível das nossas estruturas na Cidade de Maputo já nos aproximamos a entidade que lançou as vagas porque como sabem, existem admissões directa das próprias empresas e também existe intermediação dos nossos centros de emprego. Vamos estar sempre com os jovens e apoiar, é um desafio a questão de emprego em Moçambique assim como todo o mundo”, disse o Secretário.
O governante avançou ainda que em breve serão divulgados os resultados de apuramento de pré-seleccionados do Programa EMPREGA. Mais de mil, novecentos candidatos foram pré-seleccionados, entretanto, o número será reduzido e passa-se para a fase de formação. Há que destacar que a formação terá a duração de um mês e por final passam para a fase de financiamento.
Falando na cerimónia de alçamento da semana da juventude, o Governador da Província de Maputo, Júlio Paruque avançou que foram alçadas 59% das metas traçadas para o ano 2022 ligadas a juventude naquela região do país. Júlio Parruque disse na sua intervenção que vários trabalhos são feitos para responder os problemas que afligem a juventude onde no primeiro semestre do ano em curso foram criados na província de Maputo mais de 12.600 empregos.
Em relação a habitação, o governante afirma que foram entregues 1750 talhões para os jovens da província. Na mesma província projecta-se para o próximo ano a criação de mais de 28. 500 Emprego na área produtiva, onde o saber fazer é muito importante. O governador avançou ainda que os empregos a serem providos serão também no sector público e na educação.
“No próximo ano vamos empregar mais de mil onde a grande parte serão jovens, não só formados no professorado mas também na área administrativa e mesmo como auxiliares, pois teremos várias ocasiões de emprego para a nossa população e em particular os jovens. Este ano já foram criadas as condições para a implementação do projecto local de empreendedorismo, incluindo o projecto dos condóminos verdes onde os jovens terão acesso à terra”, revelou Paruque.
RENAMO marcha contra falta de emprego e habitação em Manica
Dezenas de simpatizantes da RENAMO saíram este sábado (06), às ruas de Chimoio, a capital da província de Manica, numa marcha contra a falta de emprego para jovens, habitação e oportunidades de financiamento à iniciativas juvenis.
Os manifestantes percorreram diferentes ruas e avenidas da capital provincial, cantando, empunhando cartazes, panfletos e vestidos camisetas com símbolos do partido. O presidente da Liga Nacional da Juventude da RENAMO, Ivan Mazanga, que liderou a marcha disse que a juventude clama pelo emprego numa altura em que o Governo anuncia a criação de três milhões de postos de trabalho.
Disse ainda que muitos jovens no país não possuem habitação própria por falta de implementação de boas políticas “A juventude no país em particular na província de Manica está desempregada. Estamos a ser embalados com situações de promessas enganadoras que não vão ao encontro dos anseios da juventude. Os jovens não tem casa própria e nem oportunidades de financiamento nas iniciativas juvenis”.
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