Foi com o objectivo de promover um espaço de interacção entre empresários moçambicanos e empresários nigerianos, enquadrado no âmbito das celebrações do dia da Nigéria que se comemora anualmente a 01 de Outubro, A Embaixada da Nigéria em Moçambique em coordenação com a Câmara de Comércio de Moçambique (CCM), a Câmara de Comércio da Nigéria-Moçambique e APIEX, realizou na manhã desta quinta-feira (29) o “Fórum de Negócios Moçambique-Nigéria”.
O evento, que visava promover, para além de fortalecer, as relações bilaterais e de cooperação entre as instituições, insere-se no plano de actividades da CCM que visam prestar serviços aos seus membros, aos potenciais associados, bem como aos parceiros de negócios na perspectiva de alavancar o sector privado e o ambiente de negócios em Moçambique.
Álvaro massingue Presidente da Câmara de comércio, disse na sua intervenção que muito recentemente, uma análise da agência de notação financeira Fitch Ratings destaca o papel que Moçambique e Nigéria podem conjuntamente jogar para responder à crescente procura de alternativas energéticas pelo mundo fora, mais concretamente pela Europa.
“Segundo aquela fonte, a região da África subsaariana está bem posicionada para beneficiar do aumento da procura do seu gás, num contexto em que a União Europeia procura fontes seguras de energia, devido às tensões agravadas na Rússia e Ucrânia, Os novos projetos de gás natural liquefeito em Moçambique e na Nigéria são considerados como capazes de liderar o crescimento da produção na África subsaariana, com estimativas a apontarem para um aumento da capacidade de 79 bvm, em 2021, para 149 bcm em 2031, com Moçambique e Nigéria a contribuírem com aproximadamente 78,6% da produção regional no final desta década. Isto desafia-nos a assumir um papel mais dinâmico na preparação das nossas classes empresariais nacionais de forma a se tornarem mais competitivas e devidamente capacitadas a a enfrentar estas projecções com optimismo e tirarem maiores benefícios das potencialidades que os nossos países oferecem”. Destacou
A fonte foi mais além ao apontar que Moçambique é verdadeiramente um país do presente e do futuro, com enormes potencialidades minerais, turísticas, agro-ecológicas, faunísticas, pesqueiras, e uma população jovem e activa capaz de gerar riqueza e transformar todos os recursos disponíveis em prol do desenvolvimento.
“Como Câmara de Comércio de Moçambique acreditamos no potencial que existe entre nós. Gostaríamos de partilhar das ricas experiências da Nigéria na produção e garantia da auto-suficiência em cereais, como o arroz e o milho; a produção e processamento da mandioca, bem como em toda a cadeia de produção agrícola, para reduzirmos a dependência em importações, particularmente sabido que Moçambique caminha a passos largos para uma explosão demográfica que, segundo projecções recentes, nos fará alcançar a cifra de 60 milhões de habitantes, ate 2050, o dobro da população actual, e com cerca de 55% jovens com menos de 25 anos de idade. Isto desafia-nos a concentrar esforços e investimentos no sector produtivo, para com optimismo assegurarmos a solidez de uma classe empresarial à altura das necessidades que emergem. E como estamos certos que não poderemos encarar estes desafios sozinhos, acreditamos na necessidade e imperiosidade de parcerias profícuas e de benefícios mútuos para todos nós, de forma a contribuirmos com melhores soluções para a sustentabilidade das nossas economias”. Disse Álvaro
O presidente realçou ainda que “A nossa experiência de convivência com empreendedores nigerianos encoraja-nos a considerar este evento como uma verdadeira forma de alavancar as nossas trocas comerciais através de uma presença massiva da classe empresarial nigeriana em Moçambique. Entre a maioria dos moçambicanos a presença nigeriana tem sido conotada apenas com o comércio informal, muitas vezes aliado à percepção da proliferacão de produtos contrafeitos, o que não espelha a real dimensão das nossas capacidades empresariais e de contributo ao desenvolvimento sustentável dos nossos países. É nossa expectativa que deste fórum resultem acções mais dinâmicas para conferir maior formalidade às nossas práticas comerciais, incluindo o incentivo a uma melhor apreciação do papel que o empresariado nigeriano pode jogar para alavancar o desenvolvimento económico em Moçambique”. Terminou Álvaro Massingue
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