Moçambique acolheu hoje, em Maputo, a primeira conferência Internacional de restauração e Catering. É neste evento onde diversos actores do sector do turismo, concretamente de hotelaria, Restauração e Catering e instituições governamentais debatem sobre a criação de uma Carteira Profissional. De acordo Aurélio Mausse o Presidente da Associação de Restauração e Catering em Moçambique neste evento, também estão em debate outros cinco pontos principais deste sector.
Além da carteira profissional, o sector irá abordar questões ligadas a formação profissional onde irá discutir-se as qualificações profissionais versos empregabilidade. O quadro legal da área de restauração e catering e o papel da Inspecção Nacional das actividades económicas (INAE) na área de restauração são outros assuntos que estarão a mesa do debate.
A fonte avançou que sobre o debate sobre a carteira profissional, os actores do sector do turismo tiveram a oportunidade de ouvir de um orador internacional de Portugal, algumas ideias de como enquadrar esta carteira profissional no contexto moçambicano.
Acredita Aurélio Mausse que a carteira profissional irá regular o sector de hotelaria, restauração e catering. “Nós lhe damos com uma área de extremamente complexa, que é lidar com alimentos e também precisamos ter uma formação adequada. E que as pessoas que trabalham neste sector sejam qualificadas para que possam, no momento oportuno, responder às exigências daquilo que é o sector de restauração, catering e eventos”, defendeu o mesmo.
Neste momento, decorrer a auscultação para depois seguir-se a fase da produção da proposta final sobre a carteira profissional a ser submetida ao governo para a sua implementação. Apesar de ainda ser cedo avançar quem poderá emitir esta carteira, o Presidente da Associação de Restauração e Catering de Moçambique pensa na hipótese de ser o governo através da Autoridade Nacional de Educação Profissional e do Ministério da Cultura e Turismo.
“Nós aqui lançamos um desafio, que é justamente auscultar aqueles que tem mais experiencias do que nós, e depois daqui, encontrar caminhos para avançar, naturalmente, isto terá que ser estudado com o nosso parceiro principal que é o governo. É um documento que iremos apresentar no final desta conferência, depois encontrarmos ou ouvirmos outros oradores e moderadores sobre qual será o melhor caminho para que possamos implementar esta carteira profissional”, avançou Mausse.
O Presidente da Associação de Restauração e Catering de Moçambique afirmou ainda que existem quatro grandes desafios do sector da hotelaria. Restauração, catering e eventos no país que são a empregabilidade, a formação profissional, a desburocratização do sector e também as qualificações verso, aptidão de competências adquiridas para os trabalhadores que estão a trabalhar a bastante tempo neste sector, mas que não tenham uma formação formal.
Por seu turno, Etelvina Materula, Ministra da Cultura e Turismo avançou que de acordo com os indicadores de referência, no I Semestre de 2022, foram aprovados 59 projectos contra 24 aprovados em igual período do ano transacto, o que representa o lançamento para o mercado de 1.308 mesas e de 4.337 cadeiras contra 859 mesas e 3.452 cadeiras do mesmo período de 2021, o que representa um incremento 52,3% e 25,6 respectivamente.
“As referidas propostas de projectos preveem a criação de 951 postos de emprego contra 828 de igual período de 2021 representando um aumento de 14,9%. Perante este crescimento, e com vista actualizar algumas matérias que respondam aos desafios actuais do mercado e a melhoria do ambiente de negócios, está em curso a revisão do Decreto n.ᵒ 49/ 2016, de 1 de Novembro, que aprova o Regulamento Empreendimentos Turísticos, Restauração e Bebidas e Salas de Dança, no qual vamos prever regime jurídico para o exercício do serviço de catering”, disse a Ministra.
A mesma avançou que ao regulador, competirá promover o estabelecimento deste quadro regulador moderno e eficiente, que, estimula a criatividade e a inovação dos empresários, garante uma concorrência, à luz dos melhores princípios e práticas, bem como das especificidades do nosso mercado.
“Porém, temos consciência de que, na presente conjuntura económica e financeira, os desafios com que o sector se confronta permanecem colossais, pondo à prova a nossa habilidade, como sector de superar obstáculos. Contudo, gostaria de lembrar aos presentes que o Programa de Medidas de Aceleração Económica –PAE, tem como objectivo elevar a produção e a produtividade nos sectores estratégicos nos quais a área do turismo faz parte”, destacou a governante.
Marerula afirmou que o Plano Estratégico de Desenvolvimento de Turismo II – 2016-2025, define que o crescimento esperado da indústria do turismo ao longo dos dez anos irá colocar pressão sobre os prestadores de serviços para que estes se ajustem a necessidade de melhorar a qualidade de serviços prestados, a atitude e a conduta geral da hospitalidade.
“Entendemos nós que, a formação baseada em padrões de competências em operações de serviços de turismo e hospitalidade, com o objectivo de prover o mercado nacional de profissionais com perfis e performance ocupacional suportados pelo Qualificador de Ocupações Profissionais do Sector de Hotelaria e Turismo e em alinhamento com o Quadro Nacional de Qualificações Profissional, ainda se configura como um dos grandes desafios do nosso sector”, disse.
A governante apelo, para que adira aos mecanismos e acções de formação nas áreas de restauração e catering adequadas às necessidades do mercado de trabalho, a fim de criar capacidade para o reconhecimento das competências junto das entidades competentes, com vista prestar serviços de qualidade ao cliente.
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