O empresário Cláudio Pinto, acusado de fraude de 1,5 milhões de Dólares pela Empresa dos Emirados Árabes Unidos, “Horizon Royal Dmcc” está preso em Maputo. O 4Vês Repórter teve a confirmação de fontes próxima ao empresário que o mesmo encontra-se encarcerado na Cadeia de máxima segurança, vulgo BO, na Província de Maputo.
De acordo com as nossas fontes, Cláudio Pinto foi encontra-se detido desde o dia 21 de dezembro de 2022, dias depois que o 4Vês Repórter entrou em contacto com algumas instituições como a Procuradoria da República e o Banco de Moçambique na tentativa de ouvir estas instituições se tinham alguma informação relacionada com o caso denunciado pela empresa Horizon Royal Dmcc.
Entretanto, informações que circularam dão conta de Cláudio Pinto “foi capturado na Ponta de Ouro por estar envolvido em muitos crimes, desde burlas ao mais alto nível e transacções financeiras estranhas, e que é conhecido como embaixador dos “Mambas” em Lisboa e dizia ser amigo pessoal do Presidente da República”. Consta ainda que o mesmo “burlou em Dubai em nome do Ministério da Cultura e turismo e muito mais”.
Porém, fontes ouvidas pelo 4Vês Repórter confirmam a detecção do Cláudio Pinto e afirmam que essas não exatamente as causas que o levaram a prisão. Dizem ainda que a informação em circulação nas redes sócias “é só para atrapalhar” a opinião pública e que o mesmo foi preso por assuntos muito mais graves. E espera-se que a qualquer momento o assunto seja público e que poderão ser um assunto de destaque quando “explodir”.
Cláudio nega ter recebido dinheiro
Importa destacar que, em dezembro de 2022, o 4Vês Repórter entrou em contacto com Cláudio Pinto para questionar sobre o assunto com a Horizon Royal Dmcc. Na conversa, o acusado de burla de 1.5 milhões de dólares não foi muito claro nas suas respostas.
Cláudio deu muitas voltas para responder quando questionado sobre o assunto, mas o mesmo negou ter recebido dinheiro daquela empresa nesta suposta operação de venda de ouro pertencente ao Banco de Moçambique, amando do Presidente da República, conforme a informação avança pela empresa.
“Se houve um pagamento, não foi a mim”, disse Cláudio. O mesmo afirma que está a ser acusado pela empresa sem fundamentos. “Isso nunca existiu, dai não podem prova. Nunca se pode provar algo inexistente”, acrescentou.
Em várias perguntas feitas, simplesmente existia na mesma resposta, que o 4Vês Repórter investigasse sobre a Horizon Royal para perceber como realmente é está empresa. O acusado tentava mostrar que está empresa não é tão confiável, algo sustentando pelo histórico caso da Horizon Royal com o empresário ganês, Nana Mensah que foi acusado de fraude em 2018 pela mesma empresa e chegou a ser detido em Dubai, mas que tempo depois venceu o processo.
“Não achas estranho que essa empresa tenha sempre os mesmos problemas, como percebeu ou foi induzido a perceber assim. Mostre o que essa empresa pagou, porque pagou e a quem pagou. E se apagou, porquê não recebeu o que pagou. Como disse o que era vendido do Banco de Moçambique era suposto pagar ao Banco, porquê pagou a mim como diz para terem 1,5 milhões. Não são parvos ou não achas isso?”- Questionou Cláudio, acrescentando que “quem tem 1,5 Milhões para pagar a outrem, não é parvo e nem burro”.
O acusado foi mais além, sugerindo que se busque provas de onde foram feitos os pagamentos do dinheiro reivindicado pela Horizon Royal. Indirectamente, o mesmo tenta fazer entender que há outra história neste assunto que a Horizon Royal não quer contar. “Junte provas de onde pagaram, a quem pagaram e se realmente o ouro era do Banco de Moçambique como se diz e porque pagaram a mim, vê se há semelhança nas histórias”, sugeriu o entrevistado.
Outro ponto não muito claro nas alegações de Cláudio Pinto é sobre a ligação do seu projecto habitacional “Guesthmane Village” com a empresa de ouro e diamantes do Dubai, a Horizon Royal Dmcc. Quando questionado sobre essa ligação, o empresário respondeu que: “Não comento intrigas e mesquinhas. O meu projecto, que estou envolvido, esta a ser executado e bom ritmo. Podes lá passar e visitar e saberás quem esta a financiar”.
Entretanto, na matéria publicada neste jornal em finais de 2021, o empresário avançou que a Horizon Royal Dmcc era o seu parceiro neste projecto habitacional. Em perguntas de existência se realmente a Horizon Royal é parceiro do seu projecto, Cláudio tentou fazer perceber que também é vítima como o empresário do Gana e afirma que o seu projecto teve de mudar de investidor.
“Depois irei convidá-lo a ver o que estamos á fazer em Moçambique, a proveniência de fundos, a autorização do Estado e as intenções. É tudo ao abrigo ao abrigo da Lei de investimentos em Moçambique. Não há burro duas vezes como eles tentam dizer-lhe, sofreu o mesmo no Gana. Tenho contactos de altas individualidades e documentos para poderes saber quem realmente são eles e porquê mudamos de investidor nos nossos projectos”, disse Cláudio.
Na nossa conversa, Cláudio Pinto deixou transparecer que já previa a confusão com a empresa Horizon Royal ao afirmar que juntou documentos e provas sobre o assunto até a partir de Gana relacionados a esta empresa.
“Quem está a fazer isso pode muito bem passar-lhe o documento da empresa e os seus proprietários, se clamam por ajuda, é um processo normal, não achas? Eu já tenho os documentos, faça o seu trabalho e depois confrontamos os dados. Eu trabalhei três meses para ter tudo até a partir de Gana. Como tal empresário pode falar consigo, como pode tentam dizer que é falso”, avançou.
O acusado foi sempre mencionado o caso do Gana tentado provar que mais uma vez a história da Horizon Royal está a repetir-se com mais um empresário africano. “Sabe o grande problema e deixar pensar que o negro africano é burro e deve ser sempre escravo de outras cores. O grande azar deles foi ter cruzado com quem cruzaram e como diz o brasileiro, não tiveram a mesma sorte que tiveram em Gana”, diz o empresário.
A Horizon Royal solicitou ao 4Vês Repórter que remova o conteúdo onde a empresa é associada ao projecto habitacional do Cláudio Pinto. Na matéria em questão constam imagens de Cláudio Pinto nos escritórios desta empresa em Dubai, o mesmo teria partilhado as mesmas em 2021 afirmando que, são imagens do momento de assinatura do memorando de parceria.

Portanto, passados um ano, a empresa manifestou-se sobre a publicação e pediu a remoção do conteúdo, afirmando não ter nenhuma ligação com o projecto “Guesthmane Village”. Uma reação que também é “estranha” para Cláudio Pinto. “Tudo estranho aí, faça o seu trabalho e depois confrontamos documentos e não falácias e maldizeres”, disse Cláudio, quando pedido pela nossa equipa a dar melhor esclarecimento.
Consta que em seguida o 4Vês Repórter entrou em contacto com a Horizon Royal para melhores esclarecimentos sobre a ligação que negam ter com o projecto habitacional e outros assuntos relacionados com a denúncia feita pela empresa. Assim como Claudio, a empresa não quis dar melhores esclarecimentos, ambas partes apenas afirmaram ter provas, uns contra os outros e não quiseram partilhar mais detalhes. A Horizon Royal afirmou ter as provas e que só seriam reveladas nos seus escritórios em Dubai caso o 4Vês Repórter tivesse disponibilidade de lá ir para obter mais detalhes.
Outras fontes próximas do Cláudio ouvidas sobre o assunto acreditam que, o problema do empresário com a empresa de comércio do ouro em Dubai pode ter outras motivações. Cogita-se que as partes podem se ter desentendido num negócio maior do que o que a Horizon Royal tenta dizer, e o facto de a empresa solicitar a remoção de um conteúdo que a liga a uma iniciativa do Cláudio, pode ser uma forma de eliminar qualquer outra prova de parceira em negócios com o empresário moçambicano.
Comenta com teu facebook