Uma empresa dos Emirados Árabes Unidos, denominada “Horizon Royal Dmcc” afirmar ter sido defraudada mais de Um Milhão de dólares por um cidadão moçambicano, num esquema onde são mencionados nomes do Presidente da República, Filipe Nyusi, a Ministra da Cultura, Edelvina Materula e o Banco de Moçambique. O acusado pela fraude é um jovem empresário chamado Cláudio Ventura Pinto. Esta informação foi partilhada ao 4Vês Repórter pela “Horizon Royal Dmcc”.
No último mês de 2022, a Horizon Royal entrou em contacto com o 4Vês Repórter para pedir a remoção de um artigo publicado neste órgão de informação no qual, a empresa é mencionada como um parceiro de um projecto habitacional do empresário moçambicano Cláudio Pinto. A matéria em questão foi publicada em finais de 2021 no website deste jornal.

A empresa afirma que não é parceiro do projecto “GUESTHMANE VILLAGE” de Cláudio Pinto, exigindo assim a remoção imediata deste conteúdo por considerar ser uma informação falsa publicada pelo jornal 4Vês Repórter. Importa destacar que está informação reclamada pela Horizon Royal foi produzida na base de informações fornecidas por Cláudio Pinto.
Fraude de Milhões de Dólares
A empresa dos Emirados Árabes Unidos diz ter sido lesada num suposto negócio de ouro, e no meio do assunto são mencionados nomes do Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, Ministra da Cultura e Turismo, Edelvina Materula e o Banco de Moçambique.
A Horizon Royal revelou que Cláudio Pinto é um “Scammer” e ainda nos informou que iria abrir uma queixa-crime contra um cidadão moçambicano ainda no mês, justificando que o mesmo teria defraudado aquela empresa um valor total de 1,5 Milhões de Dólares, numa suposta operação de venda de ouro pertencente ao Banco de Moçambique.
“O alegado nome Claudio Ventura Pinto, de nacionalidade moçambicana, é uma golpista que defraudou a empresa Horizon Royal Dmcc por 1,5 milhão USD por uma suposta operação de venda de ouro do banco central da Moçambique”, informou a empresa ao 4Vês Repórter.
Segundo a empresa, a queixa-crime seria aberta em Dubai assim como em Maputo, acrescentando ainda que, iria informar o Embaixador de Moçambique em Abu Dhabi deste caso para serem tomadas as medidas legais contra Cláudio Pinto.
A Empresa afirma ainda que neste suposto negocio, o nacional Cláudio Pinto apresentou-se aquela empresa como “Assessor Privado” do Presidente da República, Filipe Nyusi. E informou a empresa que foi o Presidente Nyusi quem o delegou para fazer este suposto negócio do ouro do Banco de Moçambique.
Soube o 4Vês Repórter da Horizon Royal que no momento de negociação, Cláudio Pinto teria mostrado algumas fotografias com o Presidente Nyusi, assim como entrou em contacto com um Ministra de nome Materula e um General do Exército ainda não identificado.
“Com efeito, o chamado Cláudio Ventura Pinto, apresenta-se ao Horizonte Royal Dmcc sendo como assessor privado do Presidente da República da Moçambique, Sr. Filipe Nyusi, e que foi delegado pelo Presidente para gerir a venda de ouro para a conta do banco central da Moçambique. Ele presenteou a empresa com fotos suas com o presidente da República, o Sr. Nyusi, e sobretudo comunicou directamente com um Ministro chamado Materula e um general do Exército”, avançou o Departamento Jurídico da Horizon Royal Dmcc.
Ainda no mês de dezembro o 4Vês Repórter entrou em contacto com a Procuradoria da República (PGR) na tentativa de saber se aquela instituição tinha conhecimento do caso em que é mencionado o nome do Presidente da República. Até a publicação desta matéria a PGR não se pronunciou sobre o assunto. Assim como o Banco de Moçambique foi contado e não se pronunciou.
O 4Vês Repórter tentou também ouvir a Ministra da Cultura e Turismo, Edelvina Materula sobre o assunto. Contada a Assessoria de Imprensa, a mesma prontificou-se a fazer os possíveis para uma audiência com a Ministra para uma entrevista. Entretanto, no dia seguinte, 8 de Dezembro, a Assessoria de Imprensa informou que a ministra não iria comentar.
“Neste momento, a Ministra não tem como comentar sobre a situação por não, ter qualquer elemento sobre o assunto que apresentas”, respondeu à Assessora de Imprensa ao Jornalista do 4Vês Repórter.
De realçar que a “Horizon Royal Dmcc”, uma empresa de ouro e diamantes com um histórico notável na imprensa africana depois de uma longa batalha judicial contra um empresário ganês. Está empresa já esteve envolvida num caso bastante polémico julgado em Dubai com a empresa ganesa de comércio de ouro denominada “Menzgold Ghana Compay Limeted” e o seu CEO, Nana Appiah Mensah.
Neste polémico caso de um mal-entendido sobre negócio de ouro, o empresário ganês foi detido em dezembro de 2018 em Dubai após ser denunciado e acusado de fraude pela Horizon Royal. O empresário Nana venceu o caso e processou a Horizon Royal porque a empresa o devia 28 milhões de dólares deste negócio de ouro.
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