Os governos de Moçambique, África do Sul e Eswatini, em parceria com o Fundo Global, a Fundação Bill e Melinda Gates e a Goodbye Malaria, celebraram hoje o lançamento da terceira subvenção regional do MOSASWA após a conclusão bem-sucedida de duas subvenções anteriores. O MOSASWA é um acordo trilateral entre os governos de Moçambique, África do Sul e Eswatini, com o objectivo de trabalhar além-fronteiras de forma colaborativa para acelerar a eliminação da malária na região do Sudeste Africano.
A nova subvenção, totalizando $24 milhões de dólares americanos, inicia a 1 de Janeiro de 2023 e termina a 31 de Dezembro de 2025. Durante este período, o foco principal será ajudar a África do Sul e Eswatini a aproximarem-se mais da eliminação da malária. Enquanto isto, o sul de Moçambique verá os distritos a começarem a eliminar a malária a nível subnacional com um declínio contínuo tanto na morbilidade como nos casos, nas três províncias de operação, nomeadamente Gaza, Inhambane e Maputo.
Desde 2017, a subvenção aumentou anualmente a protecção de cidadãos, de um milhão para mais de três milhões de cidadãos em 2022. Este crescimento continuou durante a pandemia da COVID. Na província de Maputo registou-se uma diminuição de 63% na morbilidade da malária desde 2017, com uma redução de 53% nos casos de malária. Esta redução significativa de casos está a garantir a redução da transmissão transfronteiriça da malária na região.
A parceria entre os três países tem mostrado uma colaboração contínua no trabalho conjunto além das suas fronteiras, alinhando políticas e programas para garantir um esforço coordenado regionalmente. Esta colaboração é fundamental para a África do Sul e Eswatini avançarem em direcção à eliminação da malária nos próximos cinco anos.
Apesar de Moçambique ter uma elevada carga de doença, representando 4,1% dos casos de malária a nível global, de acordo com o Relatório Mundial da Malária de 2022 da OMS, progressos para a eliminação da malária estão a ser feitos no sul de Moçambique e são fundamentais para a luta contra a malária no país como um todo. O sucesso observado nas três províncias de Maputo, Gaza e Inhambane tem a possibilidade de se estender a nível nacional.
Armindo Tiago, Ministro da Saúde de Moçambique, disse, “quero manifestar a nossa satisfação pelo esforço que tem sido empreendido pelo Fundo Global e parceiros no combate à malária através desse programa que integra os três países. Sozinhos não conseguiríamos chegar longe”.
O ministro moçambicano da Saúde, disse ainda que o lançamento da terceira subversão de combate à malária acontece num momento em que o país está a definir uma nova estratégia para a mitigação da doença no país, pelo que essa iniciativa representa um ganho para o pelouro.
A nova subvenção apoia os respectivos planos nacionais estratégicos de malária dos países com controle abrangente de vectores, incluindo a pulverização residual intra-domiciliária, maior vigilância e recolha de dados, advocacia e comunicação para a mudança comportamental. E ainda, trabalhando em conjunto com os departamentos de saúde dos países em diagnósticos e tratamentos.
O Ministério da Saúde da África do Sul comentou: “A manutenção do financiamento do Fundo Global para a região MOSASWA é muito bem recebida pela África do Sul. Isto ajudará a manter os ganhos obtidos até agora e garantirá o sucesso na luta para a eliminação da malária.
A continuação da subvenção do MOSASWA é benéfica para a África do Sul avançar em direcção à eliminação da malária, pois isto só será possível em parceria com outros países através de iniciativas transfronteiriças. Devemos sempre ter em mente que parasitas e vectores transcendem fronteiras geográficas.”
Com os crescentes riscos na luta contra a malária, incluindo riscos biológicos, insecticidas e resistência a medicamentos, é necessário promover parcerias e colaboração para intensificar a luta contra a malária. Um melhor direccionamento das intervenções, novas ferramentas, implementação eficiente e aumento do financiamento são necessários para mudar a trajectória global da doença e atingir a meta de zero malária.
Mark Edington, Chefe de Gestão de Subvenções do Fundo Global, disse, “A melhoria da recolha e vigilância de dados permite ao programa tomar decisões orientadas por dados, resultando no controlo e impacto do paludismo no terreno a um custo eficaz. Utilizando dados, o programa é capaz de demonstrar o impacto do nosso apoio ao paludismo, mostrando uma redução significativa nos casos de paludismo. Isto, combinado com uma forte parceria entre o governo, o sector privado e a sociedade civil, dá ao Fundo Global total confiança para continuar a investir no programa por mais três anos.”
O parceiro do sector privado para a subvenção, Goodbye Malaria, contribuiu com $5,5 milhões de dólares americanos destinados a esta 3ª subvenção do MOSASWA, elevando o seu investimento total para impulsionar a eliminação da malária na região para um pouco mais de $13 milhões de dólares americanos (227 milhões de Rands) desde 2017.
“Esta parceria singular garantiu que o contínuo sucesso regional equivalesse a um investimento contínuo na luta contra a malária; mesmo apesar de uma pandemia global e crise económica. Eu gostaria de agradecer ao Fundo Global, à Fundação Bill e Melinda Gates e aos nossos parceiros do sector privado, incluindo a Nando’s e a Vodacom Moçambique, pelo seu apoio contínuo à subvenção do MOSASWA. Como a malária não conhece fronteiras, a nossa luta contra ela também não”, disse Sherwin Charles, co-fundador e Director Executivo da Goodbye Malaria
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