Falando esta sexta-feira (24) em Maputo, no Fórum de Qualidade, Inovação e Segurança Agro-alimentar, uma iniciativa da Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) que abordava questões de oportunidades e desafios da globalização e a importância da inovação e segurança alimentar, o Director Geral da AJAP revelou que a sua organização, em parceria com organizações nacionais, pretendem lançar um plano de formação profissional cujo objectivo é melhorar a qualidade de produtos do sector agrário em Moçambique.
A organização portuguese já vem trabalhado em Moçambique em parceria com a Federação Nacional das Associações Agrárias de Moçambique (FENAGRI). É neste âmbito que a mesma organizou com o seu parceiro nacional, o Fórum Qualidade, Inovação e Segurança Agro-alimentar. Foi neste evento que o Director Geral da AJAP foi questionado sobre os projectos futuros entre Moçambique e Portugal no âmbito desta parceria.
“Os grandes projectos são traçados a nível dos governos e quando tocam nas áreas agrícolas nós temos que estar atentos e tirar proveito disso, se estiverem em causa investir, mecanismo de apoio e investimento, áreas de investigação e formação. Um dos desafios que estamos a trabalhar é que, está em cima da mesa, inaugurarmos, muito em breve, um plano de formação profissional para fazer chegar as comunidades em Moçambique”, disse Firmino Cordeiro, Director Geral da AJAP.
O mesmo explicou que o projecto deformação profissional é um plano ambicioso que será suportado principalmente por duas organizações, a Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) e FENAGRE, e outros parceiros como empresas, instituições financeiras que quiserem juntar-se a iniciativa.
“Acho que é fundamental levarmos a mensagem, a forma com simplicidade dos conceitos sobre como melhorar produções, melhorar uma organização, de uma exploração, até de uma machamba de quão pequena ela seja. Dou um exemplo, se nós fizermos uma compostagem de matérias orgânicas, daqueles restos de comida que sobram na cozinha e atritos de animais ou de plantas mortas, seja aquilo que for, se misturarmos isso tudo e guardarmos por alguns meses, a mãe natureza faz o resto”, avançou o Director Geral.
Ainda neste pensamento, a Firmino Cordeiro explicou que após o exercício de acumular as matérias inorgânicas, os micróbios irão digerir tudo aquilo fazendo disto um composto, e destacando que este processo chama-se “compostagem excelente, de uma riqueza enorme e humos de matéria orgânica, com elementos químicos fundamentais a vida das plantas para depois aplicar ao solo, enriquecendo o mesmo de forma natureza. A fonte desaconselhava, assim, o uso de produtos químicos, afirmando que os químicos têm efeitos nefastos quando forem colocados em excesso.
O mesmo defende o uso desta prática como forma de sustentabilidade e para se fazer a agricultura com algumas regras básicas para enriquecer o solo de forma natural. A fonte está ciente de que não será isto que irá alimentar a população no mundo, mas à nível local pode ajudar a facilitar as produções pela forma como tratamos a natureza.
Importa destacar que sobre o Fórum Qualidade, Inovação e Segurança Agro-Alimentar, Cordeiro afirmou que o evento visa promover a qualidade e inovação dos produtos portugueses agrícolas e derivados como leite, queijo e iogurtes, azeites, enchidos, entre outros.
“É evidente que um fórum desta natureza vai trazer muitas mensagens e informações importantes para ambos os lados, e também partilhar da nossa experiência, daquilo que nos levou e nos leva, constantemente, a melhorar esta qualidade e a querer exportar cada vez mais as nossas produções de qualidade porque quando fazemos com rigor e com exatidão, cremos para além de querer fazer chegar os nossos produtos a mais clientes no nosso próprio pais e além fronteira”, disse.
O Director Geral da AJAP defendeu a necessidade de Moçambique fazer o mesmo exercício, começando por melhorar a sua produção e a sua qualidade, assim como conseguir alimentar a sua população e depois pensar que tem produtos excelentes que pode exportar. Na ocasião, o mesmo deu exemplo de alguns produtos que Moçambique pode exportar como, castanha de caju e café, entre outros de qualidade, mas que precisa de aumentar a lista de produtos de qualidade e que tenham uma certificação universal.
Em linha geral, este encontro serviu para que os produtores portugueses partilharem as suas experiências e práticas para melhorar a qualidade dos produtos agrícolas moçambicanos, conhecimentos estes que deverão ser replicados para acelerar o processo de produção e exportação de produtos de qualidade. O evento contou com oradores de Moçambique e Portugal, e terminou com um almoço intitulado “Cozinha de Moçambique com Produtos Portugueses”.
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