O projecto é implementado pelo Centro de Investigação Florestal em parceria com a Kosmos e ISPG e é financiado pelo Fundo Nacional de Investigação (FNI) e Biofund. O mesmo, visa preservar a Reserva Botânica de Bobole através da implementação de sistemas agroflorestais sintrópicos.
O projecto surge em resposta à grande pressão que a reserva está a sofrer pelas comunidades, o que coloca em risco a existência da Raphia Australis, espécie abundante naquele local. Devido à pobreza dos solos na sona alta, a comunidade local tem desenvolvido actividades agrícolas na reserva, usando em alguns casos, pesticidas e praticando queimadas o que coloca em risco o ecossistema ali existente.
Com vista a dotar as comunidades de alternativas viáveis para a produção agrícola fora da reserva (na zona alta), optou-se pela estratégia de adoptar a agrofloresta sintrópica de modo a restaurar os solos e permitir a produção de comida para as comunidades. Por outro lado, o projecto prevê a organização social. Foi nesse contexto que se criou a Associação Kurula que está em processo de legalização. Estão previstas também actividades económicas de geração de renda para as comunidades.
É neste contexto que decorreu de (27 à 29) de Fevereiro de 2023, uma formação em Maneio em Agricultura Sintrópica e Expansão dos Campos, envolvendo 30 membros da Associação Kurula para além dos técnicos das instituições parceiras e alguns jovens estudantes.
A mesma, foi orientada pela Helena Maltêz, de nacionalidade brasileira, Especialista em Agricultura Sintrópica.
Numa primeira intervenção a diretora da Kosmoz Elisângela Rassul revelou à nossa reportagem que a iniciativa surge dentro de um contexto da insustentabilidade do planeta e mudanças climáticas, injustiça social existência de um modelo económico em que se cria a diferença de poder e várias assimetrias .
“Basicamente todas essas questões ambientais da insustentabilidade do planeta andam todas interrelacionadas. A agricultura sintrópica é uma das soluções entre muitas outras de movimento das comunidades sustentáveis, dos movimentos em terra, movimentos sociais, movimentos ambientais que tentam realmente lutar contra este modelo económico só baseado no económico, extracção de recursos naturais, exaustão dos recursos degradação ambiental tudo em prol do capital Então nesse contexto surgiram vários movimentos regenerativos que é como é que a gente consegue nutrir as pessoas com alimentos saudável empoderar devolver os meios de produção às pessoas e ao mesmo tempo criar esse espírito de comunidade que juntos o ser humano consegue realmente. Antigamente as comunidades trabalhavam sozinhas e neste projeto os agricultores criaram uma associação e hoje são cerca de 25 membros registados nesta associação, acho eu que esse seja um grande benefício do próprio projeto que foi criado em colisão social.” Atirou.
Na mesma abordagem a formadora Helena Maltêz frisa que percebe-se que hoje em dia o planeta atravessa uma condição complicada em termos ambientais.
“Em termos ambientais com as mudanças climáticas, a agricultura está se tornando uma atividade de risco cada vez mais nem porque as chuvas são estáveis, os fenómenos extremos cada vez mais frequentes e é desta que esperamos trazer uma possibilidade de desenvolver uma nova tecnologia aqui na região que não é conhecida que é a agrofloresta Sintrópica e desenvolver um sistema de agrofloresta Sintrópica que seja a cara da região, seja cara dessas pessoas, seja cara de Moçambique, que seja adequada para as necessidades do lugar que esta gente está, queremos melhorar as condições desta comunidade desenvolvendo, experimentando esse sistema pra fazer uma agricultura mais segura que possa produzir nesse futuro tão estável.”Revelou.
Por seu turno Agostinho em nome dos jovens agricultores de Bobole revela que gostou da formação uma vez que na sua primeira intervenção foi desfiado em trazer mais jovens apaixonados pela agricultura.
“Bom eu acho uma boa iniciativa uma vez venho ganhando um novo aprendizado, foi proposto a trazer jovens agricultores de Bobole para essa iniciativa o que não foi nada fácil porque eu primeiramente trouxe só um jovem então disseram que para procurar mais jovens para venham aprender mais sobre essas técnicas uma vez que elas são recentes e foi dai que consegui trazer mais 7 jovens para essa formação”. Apontou.
No mesmo ângulo Armando Júlio Machado Estudante e beneficiado da formação acredita que o jeito é de louvor uma vez que poucas são as oportunidades para os jovens estudantes.
” Eu acredito que é uma boa iniciativa. Gostei pois deram a chance e oportunidade para nós sendo estudantes o que é raro que. Essas novas técnicas tem um ganho significativo uma vez que poucos à conhecem e usam, espero transmitir o conhecimento cá transmitido nestes três aos demais”.
Diz-se de modelo de cultivo agroflorestal que procura associar o estabelecimento de áreas altamente produtivas com o reforço da qualidade do solo e das condições de sustentabilidade do ecossistema, por meio da adubação primordialmente orgânica, da disposição associada de espécies diferentes.
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